dezembro 30, 2003

Fecha!
A bolsa nunca demorou tanto para fechar quanto hoje.
Não tem quase ninguém mais aqui e tudo que preciso é do Ibovespa de 30 de dezembro de 2003. Nestas horas queria adivinhar o futuro. Normalmente, não.
Alguma coisa acontece no meu coração

Desta vez não tenho dúvidas: o ano que vem vai ser muito diferente do que 2003. Melhor ou pior, não vai ser igual. Isto nunca esteve tão claro para mim em um Reveillon algum. Talvez quando passei no vestibular... Não. Naquela época eu era outra pessoa, não pensava nessas coisas.

Vou para uma cidade cinza e tenho medo de me acinzentar ainda mais. O azul do Rio me ajuda. Ao contrário do que dizem - que não se dá valor ao que se tem -, adoro o Rio. Talvez até demais.

Gosto das praias, de saber que a cidade não é tão grande assim: posso ir aonde quiser com facilidade. As pessoas são tão tranqüilas no Rio. Não posso negar que me identifico com esta calmaria. Sem falar em amigos, família...

Gosto de tanta coisa que não vou enumerar aqui. Acho que estou meio deprê com este clima de ano novo. Sempre fico.

dezembro 16, 2003

News

Ok, desta vez exagerei. Para falar a verdade, até eu pensei que tinha desistido. Mas não. Cá estou eu de volta.

E com algumas novidades.

A primeira. Depois de alguns meses sem férias e trabalhando horrores, não fui para a labuta na semana passada. Pensas que tive férias? Bem, mais ou menos. Aqui entra a segunda novidade.

A segunda. Usei estes dias para fazer a minha monografia. Pois é. Depois de dois anos de enrolação, finalmente pretendo me formar.

Tomei uma dose fortíssima de Getúlio Vargas. É que o ditador é o tema do meu trabalho. "Getúlio Vargas: Da Morte ao Mito". Hehehe, meio ridículo, né?

O fato é que eu gostei de escrever e pesquisar sobre este assunto. Não consigo fugir da história. É a minha paixão. Desde pequena sempre gostei de estudar o passado, não sei bem por quê.

E para quem não sabe, estou me formando em jornalismo. Usei como base da minha monografia o jornal "Diário Carioca", de agosto de 1954.

É muito maneiro. Depois, vou postar aqui alguns trechos do jornal, pedindo a renúncia de Vargas.

Recomendo o site do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas, para quem gosta do tema. Há milhares de fotos no arquivo. E o que é melhor, disponíveis na internet.

Se descobrir como faz, depois coloco alguma aqui. Vale a visita.

agosto 18, 2003

Hum....
Nossa, há tanto tempo (de novo) que não escrevo aqui que acho que nem sei mais como fazer. Agora só escrevo sobre economia. É Bovespa para lá, dólar para cá. Descobri siglas que achava que nunca saberia o que significam. Ptax, IBX, IEE até Ebitda! Tem noção?

Mas chega disso, porque basta o trabalho. De repente poderia falar sobre o novo filme do Woody Allen, que foi muito criticado, mas eu gostei. Aliás, difícil para mim não gostar de alguma coisa dele. Tudo bem, não é uma Rosa Púrpura do Cairo (está longe, aliás). Gostei mais de Trapasseiros. Mas Dirigindo no Escuro também é muito engraçado e está bem acima da média das comédias que tenho visto.

Poderia falar sobre isso, mas acho que não tenho muito a acrescentar.

E, falando em comédia, vi uma (dramática) no Telecine muito boa. Creia, há vida inteligente no Telecine. É raro, mas há. É um filme com o Robert de Niro e o Jerry Lewis chamado "O Rei da Comédia". Excelente. Imperdível a cena em que a atriz principal (não sei o nome) "seduz" o Jerry Lewis amordaçado.

Mas não quero falar sobre isso também não...

julho 09, 2003

Tanto tempo...
Tanto tempo que eu não escrevia neste blog que nem tinha visto as mudanças de que todos reclamaram. Ainda não vi o resutado, mas já estou imaginando todos os meus acentos tranformados em símbolos ininteligíveis. A vida é esta. Depois começo uma caçada em busca da melhor forma de manter meus acentos em dia.

Tanto tempo que não escrevia neste blog que não sobrou nenhum leitor. Nos meus muito bem escondidos dados estatísticos (nunca divulgarei o que eles dizem), o número de visitas está reduzido a quase zero.

Tanto tempo para cativar leitores (até parece!) e tão pouco tempo para perdê-los. Mas tudo bem. Quem precisa deles. Eu me basto a mim mesma. E ponto final.

Tanto tempo sem escrever e eu agora paro para escrever tanta bobagem!

Deus (que não existe, né Cesar?)! Tanto tempo, para quê?

junho 18, 2003

Desculpe
Não tinha uma gripe há muito tempo. Tanto, que nem entendi quando ela chegou. Fui trabalhar na segunda e fiquei com aquela moleza e dor de cabeça típicas. Conclusão: fui mandada de volta para casa.

Isso é para dizer que não fui para a labuta na terça. E sabe do pior? Mesmo de cama, com febre e toda entupida, me senti culpada por não ter ido trabalhar!! Tem noção?

Ultimamente, tenho sentido culpa pelas coisas mais bobas, mas essa foi terrível. Afinal, mesmo que eu quisesse, não coseguiria apurar nem escrever matérias. Esse negócio de culpa é mesmo uma merda, diz uma amiga minha. Pois é. Para você ver, ninguém precisa de religião para sentir uma boa culpazinha.

Quer um pouquinho?

maio 25, 2003

Creia
Alguém chegou a este blog procurando pelas seguintes palavras no google: filmes pornos pra min ver agora.

Sem comentários...

maio 24, 2003

Polyana
Economia tem fama de ser assunto chato. Para ser sincera, eu também tinha um pouco de desconfiança, mas estou chegando a uma conclusão diferente: aprender é sempre interessante.

Não que eu entenda de economia. Daqui a pouco - espero que não - posso começar a achar tudo um saco. Entretanto, o fato é que estou gostando de trabalhar em um site de economia. E o melhor é justamente estar começando (começando meeeesmo!!!) a entender um assunto sobre o qual eu não sabia quase nada.

maio 18, 2003

Freire no cinema
Falando em cinema, assisti recentemente a Nelson Freire, o último documentário de João Moreira Salles. Trata-se de outro filme que vale a pena ver. Mas é bom avisar, é um programa para quem gosta de música. O pianista-protagonista é muito tímido e, para compensar as poucas falas, Moreira Salles se concentrou nos concertos belíssimos de Freire.

É claro que há mais, além da música. Há momentos de modéstia (nada falsa) explícita, de emoção e até cenas engraçadas.

É também uma oportunidade de conhecer o maior pianista brasileiro vivo. No Brasil, onde a música clássica é tão desvalorizada, o documentário é uma forma de mostrar ao grande público o que ele está perdendo ao se afastar das salas de concerto. Além de ser uma justa homenagem a Nelson Freire.
P. T. Anderson + Adam Sandler
Deveria ser inconfessável, mas confesso: gosto do Adam Sandler. Para quem não sabe, é um ator/humorista americano, que faz filmes besteirol como O Paizão.

O primeiro filme dele que assisti (e até anteontem, o único) foi O cantor de casamento, uma comédia romântica bonitinha, que se passa nos distantes e estranhos anos 80. Fora isso, só o conhecia pelo Saturday Night Live.

Sandler tem cara e jeito de menino desprotegido, daqueles que a gente quer pegar no colo e consolar o tempo todo.

Se aproveitando deste jeitinho, o ator resolveu fazer um filme de gente grande. Trata-se de Embriagado de Amor, que entrou em cartaz nesta sexta-feira. A direção é de Paul Thomas Anderson, o mesmo de Boogie Nights e Magnólia.

No filme, Sandler interpreta um sujeito esquisitão que não consegue fazer nada direito. Não se trata de um personagem caricato de comédia pastelão, mas de um homem reprimido, ingênuo, que quer fazer as coisas certas, mas nunca sabe como. E que está sempre à beira de um ataque de nervos. Até que...

Vale a pena conferir. Mesmo se você não gosta de Adam Sandler. Afinal, até Jim Carrey conseguiu fazer bons filmes.

maio 15, 2003

Você votaria em um ateu?
Salman Rushdie é o escritor que ficou famoso depois de ser condenado à morte pelo governo muçulmano radical do Irã. Tudo porque escreveu um livro, Versos Satânicos, considerado uma blasfêmia contra o islamismo.

Rushdie, que vem ao Brasil para a Bienal, concedeu uma entrevista à Veja, publicada esta semana nas páginas amarelas. A entrevista está muito interessante. Chamou a minha atenção a opinião do escritor sobre religião.

Ele colocou uma questão sobre a qual não tinha pensado ainda. O preconceito contra quem não acredita em Deus. Afinal, por que não acreditar Nele torna alguém pior ou melhor?

Aí está um trecho do depoimento de Rushdie:

Na última eleição presidencial americana, um grande jornal realizou uma pesquisa perguntando em quais candidatos das chamadas minorias os eleitores aceitariam votar. As pessoas, em geral, disseram que não se oporiam a candidatos negros, a mulheres ou a homossexuais. Quando perguntaram se votariam num ateu, contudo, a situação mudou: mais de 50% disseram que não. Você é inelegível se duvidar da existência de Deus.

maio 07, 2003

Relatos de Pax
Lembra-se de Where is Raed?? É o blog que chamou a atenção no início da guerra por ser escrito em inglês, por um iraquiano que vive em sua terra natal.

O blog não era atualizado desde 24 de março, assustando muita gente. Estaria Salam Pax, autor do blog, ferido ou morto?

Se esta preocupação era sua também, pode ficar tranqüilo, ele está bem. O blog foi atualizado hoje (na verdade, Salam Pax conseguiu que alguém postasse, pois os sistemas de comunicação do Iraque ainda não estão normalizados), com relatos escritos durante o conflito.

Vale a pena ler. Mesmo se esta for apenas mais uma ficção internáutica. Quem sabe?

maio 06, 2003

Imperdível!
Está em cima da hora, mas não custa avisar.

Hoje, às 21h, tem concerto do Quarteto Bessler no Ibam.

O concerto é gratuito. O Ibam fica no Humaitá.

maio 03, 2003

Cabeleira
Desisto. Nos próximos dez anos, não corto o cabelo.

O Carlos, meu ex-cabelereiro, não estava acertando nas últimas vezes. Resolvi arriscar o da Cristina, afinal, o cabelo dela está lindo. Acho que o problema é comigo.

Bastou sair do salão, esperando o elevador, uma senhora me abordou:


-Você vê Mulheres Apaixonadas?

-Não.

-Você parece a Paulinha, da novela.

-Não sei quem é
, ri, sem graça.

-Não se preocupe, ela é bonita, sorriu a velhinha.

Algo me diz que devo me preocupar.

Não sei se pareço a tal Paulinha, mas estou desesperada!! Meu cabelo está parecendo com o da Rosinha Garotinho (Blerg! Blerg! Blerg!)!!!!!!! Pelo menos acho que está. Meu irmão e minha mãe garantem que é só imaginação fértil, porém não consigo deixar de sentir uma certa repulsa cada vez que me olho no espelho!!!!

Ainda bem que tenho minhas faixas a postos.

abril 27, 2003

Acabou!!
Atenção: risco para mulheres grávidas. Causa graves defeitos na face, nas orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto.

Isto está escrito em letras garrafais na caixa do remédio que tomei nos últimos seis meses. Assustador, não? Mas não é só:

- Tive que assinar um termo prometendo não engravidar
- Não pude usar lentes de contato
- Meus lábios ficavam ressecados e rachados fizesse frio ou calor
- Eu tinha que fazer exame de sangue uma vez por mês
- E o pior: fui proibida de beber!!

Cumpri todas estas exigências, com exceção de uma. Não consegui me abster totalmente do álcool, apesar de ter diminuido bastante a quantidade. Não que eu seja alcóolatra, mas nem uma cervejinha de vez em quando?!

Se você esteve comigo nos últimos meses, não precisa se desesperar. Não tive nenhuma doença grave e supercontagiosa. Tudo isso foi para me livrar daquelas bolinhas vermelhas insuportáveis que insistiam em brotar no meu rosto desde que eu tinha uns 12 anos.

Aparentemente, o sacrifício valeu a pena. As espinhas sumiram, pelo menos por enquanto. Redescobri algumas alegrias, como usar lentes, por exemplo. Anteontem, saí sem óculos pela primeira vez em muito tempo. Nossa, como eu fico bem sem aquela tralha!!

Agora, pretendo retomar a minha vida boêmia. E torço para as bolinhas não voltarem. Se voltarem, sinto muito. Não tomo Roacutan nunca mais!!!

abril 25, 2003

Incompreensão
Foi a Cristina quem me avisou do artigo do Veríssimo em que ele reclamava por ter sido acusado de anti-semita. Li o texto hoje. Não sei quem nem por que fizeram a acusação, mas certamente cometeram uma injustiça.

Acredito que tenha sido por conta do artigo que citei no último post. Veríssimo escreveu um elogio à tolerância, mas fez críticas à política de Sharon. Ora bolas, se isso fosse anti-semitismo, eu seria anti-semita (para quem não sabe, sou judia), assim como toda a oposição israelense.

O caso me lembra o texto totalmente irônico, do mesmo Veríssimo, sobre o Lula e o Romanée-Conti, publicado no Globo, no ano passado. Dezenas de pessoas não perceberam que se tratava de uma ironia e escreveram ao jornal criticando o colunista, quando, na verdade, concordavam com ele.

O fato é que muita gente tem dificuldade para entender o que lê.

Vi dois outros exemplos disso esta semana. Zuenir Ventura (que, por acaso, é judeu) escreveu no No Mínimo que foi acusado de preconceituoso por escrever ironias sobre bahianos. Fez uma coluna inteira explicando que gosta da Bahia e dos bahianos e que, por exemplo, adora piada de judeus, desde que não agressivas.

Arthur Dapieve também escreveu em sua coluna hoje, no Globo, que já foi chamado de fascista a comunista por leitores que mal-interpretaram seus textos.

Na minha opinião, os três colunistas - Veríssimo, Zuenir e Dapieve - são exemplos de tolerência. Ainda assim, são chamados de preconceituosos. Difícil entender.

abril 15, 2003

Inteligência americana
Luis Fernando Veríssimo escreveu no penúltimo domingo, em sua coluna no Globo, que "faz tão pouco sentido ser antiamericano quanto ser anti-semita". Ou seja, os americanos não são todos iguais e uma generalização como "não gostar de americanos" é puro preconceito.

Melhor exemplo disso - se é que precisamos de exemplo - é Michael Moore. O cara é americano e é pacifista e é contra a política de Bush. Algumas de suas idéias estão neste artigo traduzido pelo Globo.

Para quem não sabe, Moore é o diretor de Tiros em Columbine, eleito, merecidamente, o melhor documentário no Oscar deste ano.

O filme disseca as causas da excessiva violência da sociedade norte-americana. O título vem do massacre que dois adolescentes promoveram na Columbine High School, atirando em colegas e professores, e depois se matando. O documentário não se limita a este episódio, mas ele é usado como exemplo da carga de violência dos EUA. Em inglês, o filme se chama "Jogando boliche por Columbine". Micheal Moore explica por quê.

Depois do massacre em Columbine, os experts começaram a dizer que as causas seriam as mesmas sempre levantadas quando acontece um episódio parecido: rocks malígnos (no caso, Marilyn Manson), video games violentos e pais omissos. Meu ponto de vista é que isso faz tão pouco sentido quanto culpar o boliche. Afinal, Eric e Dylan jogavam boliche. Seria esta a causa de seus terríveis atos? Se eles jogaram boliche de manhã, o jogo não atiçou sua vontade de cometer assassinatos em massa? Se não jogaram, será que isso não alterou seu humor e os levou ao massacre? Enfim, nada disso faz sentido, como também não faz sentido culpar Marilyn Manson.

No filme, Moore mostra que as causas vão muito além das explicações de sempre. Uma comparação com o Canadá - que tem tantas armas quanto os EUA, mas muito menos crimes - é a chave para entender a fonte da violência no país: o medo. Medo dos negros, medo do comunismo, medo do terrorismo. Medo que, muitas vezes, tem pouca base na realidade, mas que as autoridades procuram incutir nos norte-americanos.

Difícil esquecer o discurso de Moore quando ganhou o Oscar:

Gostamos de não-ficção porque vivemos em tempos fictícios. Vivemos num tempo no qual os resultados fictícios de uma eleição nos deram um presidente fictício. Estamos agora fazendo uma guerra por motivos fictícios. Mesmo que seja a ficção das fitas adesivas (para selar janelas) ou os ‘alertas laranjas’ fictícios, somos contra essa guerra, senhor Bush. Tenha vergonha, senhor Bush, tenha vergonha.

Sim, Micheal Moore é americano. E, sim, fez este discurso nos Estados Unidos.

P.S. Não deixe de ler o artigo que ele escreveu sobre as repercussões do discurso.

abril 06, 2003

Saddam e eu
Tinha 18 anos quando vi Saddam pela primeira e última vez. Estava na sala de meu apartamento e, de repente, ouvi rugidos e gritos desesperados. Era o início do massacre.

Curiosa, corri até a varanda, seguida pelo meu irmão. Lá embaixo, uma menina desconcertada corria pela rua e tentava subir em uma caminhonete estacionada. Sangue jorrava pelo chão. O monstro não diferenciava homens, crianças ou mulheres. Atacava a todos que se aproximavam.

Um carro passou então pela rua pouco movimentada do Bairro Peixoto. O motorista parou e abriu a janela, numa tentativa de ajudar. Logo se arrependeu. Saddam se esqueceu da menina e tentou agarrar o motorista, que fechou a janela a tempo de evitar uma tragédia.

De um dos apartamentos do prédio em frente, alguém gritou:

-Atropela! Mata!

Outro morador respondeu, berrando:

-Que absurdo! É um só um cachorro!

Com aquela confusão, eu e meu irmão levamos um susto quando a campainha tocou. Era a vizinha do segundo andar, com o filho no colo.

-Estou com medo, sozinha em casa. Posso ficar aqui?

-Claro!
, respondemos a caminho da varanda.

-Vocês viram o nome do cão? É Satã!! Só podia dar nisso mesmo! Sangue de Jesus tem poder!!! Sangue de Jesus tem poder!!!

Soubemos mais tarde, pelo Jornal Nacional, que o Pit Bull se chamava Saddam. Descobrimos também que o Chico, porteiro gente boa do nosso prédio, tinha segurado as pernas do cachorro através das grades edifício, permitindo que a menina em cima da caminhonete fugisse.

Chico deu uma entrevista de 10 segundos para o JN e virou o herói da rua.

Saddam ainda hoje é lembrado, no programa Casseta e Planeta, como o cachorro de Maçaranduba. Dizem até que o presidente do Iraque recebeu seu nome em homenagem ao Pit Bull do Bairro Peixoto.

Jamais será esquecido.

abril 01, 2003

Ignorância
Como coloco acentos ou símbolos nos meus links?

março 30, 2003

Nostalgia?
Não tenho mais paciência para novelas. Quando era mais nova, gostava. Assistia a todas: Que rei sou eu?, Tieta, Vale Tudo, Vamp. Enfim, era uma boa noveleira. Mas cansei. Não se fui eu ou as novelas que mudaram.

Alguns dirão que as novelas de antigamente eram mais bem elaboradas: Que rei sou eu? ironizava a ditadura e simbolizava a redemocratização; Tieta se baseava numa obra de Jorge Amado; Vale Tudo escancarava a realidade brasileira; Vamp era um besteirol mesmo!

Acho que as duas hipóteses são verdadeiras. Eu mudei, mas as novelas também não são mais as mesmas.

Já tinha perdido o hábito de assisti-las quando me mudei para a casa da minha avó, há uns dois anos. Ela, é claro, não perde um capítulo. Não é fanática, mas gosta. Acabei pegando carona na televisão dela.

Você tem noção do que foi O Clone?! A novela não tinha pé nem cabeça. As pessoas começavam a dançar do nada. A história do clone era mais estapafúrdia ainda. E o Murilo Benício não ajudou muito. Só se sabia se era o original (Lucas) ou o clone (Léo) pela cor laranja da pele ("bronzeado") do Léo. Ah! O clone também vivia dando piruetas por aí.

No caso da Jade, era fácil descobrir se ela estava pensando no Lucas ou se ele estava por perto. Giovanna Antonelli teimava em ficar superofegante. Não sei quem ensinou isso a ela, mas era esquisitíssimo. Parecia que ela tinha acabado de correr uma maratona.

Depois do Clone, que de tão bizarra chegava a ficar engraçada, parei de acompanhar minha avó no fim do Jornal Nacional. Alguém sabe se Mulheres apaixonadas está indo bem? Sei não, mas acho que com esse título é difícil fazer uma boa novela.

março 27, 2003

Guerra.blogspot.com
Jovens iraquianos e soldados americanos estão deixando suas impressões sobre a guerra em blogs (dica da Fernandinha). Não deixe de visitar. É impressionante. É claro que não tenho como garantir que são verdadeiros, mas, aparentemente são, e a imprensa os tem tratado como tal.

Li dois desses blogs. O L. T. Smash é de um oficial da reserva do exército americano convocado para lutar no Iraque. Ele escreve "ao vivo da caixa de areia" (live from the sendbox). Entre outras coisas, descreve seu primeiro encontro com "locais" (They were excited. They are anticipating the end of Saddam’s evil regime even more than we are.).

Já o blog Where is raed? é de um rapaz que vive em Bagdá com a família. Ele chegou a ficar três dias sem acesso a internet, mas depois postou as informações sobre os dias ausentes. Conta que seu pai e seu irmão foram dar uma volta para ver como estava a cidade. Segundo ele, os ataques parecem ser bastante precisos, mas não deixam de atingir as casas próximas (I guess that is what is called “collateral damage” and that makes it OK?).

Acho que o iraquiano deve estar sem internet novamente, pois não escreve desde o dia 24.

P.S.
Não deixe de ler o verdadeiro manifesto que o iraquiano escreveu contra a guerra. Ele acha que seria possível derrubar Saddam sem o ataque, diz que as sanções contra o Iraque beneficiaram o ditador e que o fanatismo religioso só ganhou força no país após a guerra de 91.

março 25, 2003

O melhor
Considero O Pianista um dos melhores filmes dos últimos tempos. Tudo bem, sou suspeita. Sou judia, meu pai é músico e meu avô, um polonês que fugiu da guerra e viu toda sua família morrer na Europa. O filme, é claro, me tocou profundamente.

Mas, independentemente de tudo isso, acho O Pianista um grande filme. Há cenas antológicas, que não vou contar para não estragar a surpresa de quem ainda não viu. A miséria, o horror e a desumanização gerados por uma guerra poucas vezes foram mostradas com tanta sensibilidade.

“Fazer esse filme me deu a consciência da tristeza e da desumanização das pessoas em tempo de guerra. Espero que as pessoas que crêem em Deus ou em Alá cheguem a uma solução pacífica”, disse Adrien Brody, quando recebeu o Oscar de melhor ator pelo filme.

Brody, aliás, ganhou uma fã (como se isso fizesse diferença...). Ele é maravilhoso! Sua atuação no filme é perfeita, o Oscar foi mais do que merecido. Mas o melhor foi a performance de Adrien durante a premiação: o beijo na Halle Berry, a emoção sincera, a firmeza ao pedir que a orquestra parasse, o discurso emocionante. Ele é lindo!

O pior
Pobre de quem, como eu, assistiu à transmissão do Oscar no SBT. O comentarista Rubens Ewald Filho não dava uma dentro. Ele chegou a travar o seguinte diálogo com Marília Gabriela, quando anunciaram o nome de Brody como melhor ator:

- Como ele é feio!
- Mas ele é tão bom ator que chega a ficar bonito, respondeu Marília.
- Não! É impossível! Ele é muito feio!
Silêncio.


Deve ser inveja. Um homem que usa aquela barba ridícula não pode ser normal. Nem gente boa.

março 22, 2003

Tom e Vinícius
No CD Tom canta Vinícius há uma poesia de uma simplicidade e ternura comoventes. É um poeminha escrito de improviso em uma partitura, reproduzida na capa do CD. O disco é uma gravação de um show ao vivo do Tom, realizado dez anos após a morte de Vinícius. Este é o poema:

Meu Vinícius de Moraes
Não consigo te esquecer
Quanto mais o tempo passa
Mais me lembro de você

Cadê meu poetinha?
Cadê minha letra, cadê?
E morro neste piano
De saudade de você
Tom e Chico
Linda também é uma entrevista com Chico Buarque no mesmo site. Ele conta histórias sobre o Tom, inclusive sobre a primeira parceria dos dois: Retrato em Branco e Preto. Uma das músicas mais bonitas que já ouvi. Olha o que o Chico fala:

...eu não tinha prática e não sabia exatamente como ele receberia a letra - [Tom] aprovar assim de cara, pra mim foi ótimo. Eu não tinha muita segurança daquilo não, porque eu fui aprender a fazer letra com a prática, inclusive trabalhando com o Tom. De você tentar dominar a música do teu parceiro, entrar naquela música, fazer a letra que você imagina que o sujeito quer fazer com aquela música e tal. Eu era verde ainda para ser parceiro do Tom na época...

Ele estava "verde" quando escreveu Retrato em Branco e Preto!

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos
Que num album de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo, como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Prá lhe dizer que isto é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração
Tom
Há alguns anos descobri um site maravilhoso chamado Clube do Tom. Adoro tudo que vem de Tom Jobim e este site é especial porque, além das letras de todas as músicas do maestro, há textos, entrevistas e depoimentos lindos. Um deles é esta conversa entre Clarice Lispector e Tom. Vou reproduzir um trecho.

(Clarice) - Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita é como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal.

- E mineral também, e vegetal também! (Ele ri.) Acho que sou um músico que acredita em palavras. Li ontem o teu O búfalo e A imitação da rosa.

- Sim, mas é a morte às vezes.

- A morte não existe, Clarice. Tive uma experiência que me revelou isso. Assim como também não existe o eu nem o euzinho nem o euzão. Fora essa experiência que não vou contar, temo a morte 24 horas por dia. A morte do eu, eu te juro, Clarice, porque eu vi.

- Você acredita na reencarnação?

- Não sei. Dizem os hindus que só entende de reencarnação quem tem consciência das várias vidas que viveu. Evidentemente, não é o meu ponto de vista: se existe reencarnação, só pode ser por um despojamento.

Dei-lhe então a epígrafe de um de meus livros: é uma frase de Bernard Berenson, crítico de arte: "Uma vida completa talvez seja aquela que termina em tal identificação com o não-eu que não resta um eu para morrer."

- Isto é muito bonito - disse Tom - é o despojamento; Caí numa armadilha porque sem o eu, eu me neguei. Se nos negamos qualquer passagem de um eu para outro, o que significa reencarnação, então a estamos negando.

- Não estou entendendo nada do que estamos falando mas faz sentido. Como podemos falar do que não entendemos! Vamos ver se na próxima reencarnação nós dois nos encontraremos.

março 21, 2003

Bombando
Deu no JB, na coluna Gente:
A calhar
Um trio de estudantes promete bombar a edição comemorativa de quatro anos da festa Loud!, sábado, no Cine Íris. Mariana Queiroz, Nira Bessler e Luciana Queiroz, alunas do curso de Comunicação Social da Uerj, vão aproveitar para lançar o documentário Cine Íris: um templo de contrastes, no qual dissecam o dia-a-dia do antigo cinema da Rua da Carioca. As meninas acompanharam a programação vespertina do local, com shows de strip-tease e filmes pornôs.

Legal a nota, né? Mas "bombar" é foda. Parece festa de playboy.
E não sei de onde a colunista tirou "um templo de contrastes"!! É só "templo de contrates"!!

março 18, 2003

Tias Helenas
Odeio mulheres que falam como professorinhas de primário. O que é aquela Sonia Abrão, que faz um programa à tarde no SBT? E a Sandy? Quem suporta aquela menina sempre dando uma de boazinha e falando com vozinha fina e pausadamente? Mas, na categoria de professorinhas irritantes, ninguém supera D. Rosângela Matheus, nossa "querida" governadora.

março 12, 2003

Bom negócio
Muita gente acha que o que dá lucro aos donos do Cine Íris é a Loud!. Pois estão redondamente enganados. O aluguel para a Loud! é apenas uma graninha extra para eles.

O cinema funciona assim:
A primeira exibição acontece às dez da manhã. Os dois filmes são apresentados alternadamente até a hora do primeiro show, às 15h30. O strip tease das meninas mais a apresentação da Lady Agatha (transformista que faz números cômicos) dura de 30 min a uma hora, dependendo do número de strippers que estiver presente (são sete no total). Depois, voltam os filmes. Às 18h30 há um novo show, e, mais tarde, os pornôs continuam até às 21h30.

Ah! O cinema funciona sete dias por semana, com exceção dos feriados de Natal e de Corpus Christi.

A pessoa pode entrar no cinema a qualquer hora e ficar o tempo que quiser. Com isso, a rotatividade de público é muito grande. Segundo os donos do Íris, entram umas 600 pessoas por dia. O ingresso custa R$ 6,00. Faça as contas.

Os gastos não devem ser muito grandes, já que há poucos funcionários, as strippers não ganham lá grandes coisas e os filmes são exibidos em vídeo (VHS mesmo).

Os donos dizem que não têm interesse em transformar o Íris em um centro cultural, nem em um cinema com filmes "normais". O pornô é certamente mais seguro e lucrativo.
Templo de Contrastes
Está confirmado. O documentário "Cine Íris - Templo de Contrastes" será exibido na próxima Loud!, em 22 de março. Para quem não sabe, é o filme que fiz com a Mariana e a Luciana sobre, obviamente, o Cinema Íris.

Hoje fomos tirar fotos para a divulgação do filme. Foi engraçado voltar ao Íris três meses depois da última visita. Algumas coisas mudaram. Agora são apenas dois filmes pornôs, e não três, como "antigamente". E, acredite se quiser, vão instalar ar-condicionado no Cine Íris!!

O público vai ter menos opções "cinematográficas", mas, pelo menos, vai ver os filmes "no fresquinho".

março 08, 2003

Detalhes
Dois momentos chamaram a minha atenção na entrevista.

Num, Hussein perguntou a Dan Rather se o repórter não iria tomar o café.
Você teria coragem de beber o cafezinho do Saddam?

Em outro momento do papo, Hussein interrompeu um dos tradutores. Ele não havia transmitido com exatidão a fala do ditador: "Eu disse Mr. Bush, e não apenas Bush. Devemos tratar toda a humanidade com respeito, até os nossos inimigos", disse vovô Saddam.

Olhei para meu irmão (que assistia à entrevista comigo), ele olhou para mim. Pensamos na mesma coisa: esse tradutor vai acordar morto amanhã.

Com todo respeito, é claro.
Simpatia é quase amor?
Saddam Hussein deu a primeira entrevista a um jornalista americano em 13 anos. Devo dizer que me surpreendi com o ditador sanguinário e cruento. Ele é simpático. Passaria tranqüilamente por um vizinho bonachão, não fosse o bigode.

Pode ser ingenuidade minha, mas confesso que esperava algo diferente. Não sei, talvez um diabo babão e com caninos proeminentes. Não encontrei nada disso. Ao contrário dos contos de fadas, o mal não é tão óbvio na vida real.

Se ele não fosse carismárico, não teria chegado aonde chegou, penso agora.

Acho isso assustador!

março 05, 2003

Tristeza não tem fim
O filme é lindo, feminino, triste.
É um pouco meu estado de espírito hoje.
Cinzas
Vi As Horas, filme que entrou em cartaz essa semana.
Não devia ter ido em uma quarta-feira de cinzas.
Pra tudo se acabar na quarta feira
Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta feira sempre desce o pano


(Chico Buarque)

fevereiro 27, 2003

Pessoa
Se recordo quem fui, outrem me vejo,
E o passado é o presente na lembrança.
Quem fui é alguém que amo
Porém somente em sonho.
E a saudade que me aflige a mente
Não é de mim nem do passado visto,
Senão de quem habito
Por trás dos olhos cegos.
Nada, senão o instante, me conhece.
Minha mesma lembrança é nada, e sinto
Que quem sou e quem fui
São sonhos diferentes.
Verso
Não sei se vocês sabem, mas tirei o verso aí ao lado (e o nome do blog) de uma poesia que eu adoro. Não sei o nome da poesia, mas o autor é um tal Ricardo Reis. :)

fevereiro 21, 2003

Quem te viu e quem te vê

Ex-professor de colégio militar é "pai" da ioga no Brasil
da Folha de S.Paulo


O professor José Hermógenes, 80 anos, tido como o precursor da ioga no Brasil, reconhece que há um novo boom da ioga em todo o mundo e resume a situação com irônico bom humor: "Depois que Madonna disse que é bom, tudo vai bem".

Autodidata, citado como uma referência por professores de todas as gerações (...) é ex-professor de história, geografia e filosofia no Colégio Militar do Rio de Janeiro e autor de livros didáticos.
Comovente
Olha isso:
Tiradentes morreu como um santo mártir, sem ressentimento, perdoando e amando a Deus. (...) Seu exemplo de cristianismo e coragem inspirará eternamente os brasileiros.
Inversão
Para o Professor José Hermógenes do Colégio Militar, a Inconfidência Mineira teve o abnegado propósito de difundir os ideais liberalistas. Nada teve a ver com impostos...

Sabiam os conspiradores que, se apenas falassem de liberalismo, o povo inculto, não entendendo o que aquilo significava, não seria capaz de revoltar-se contra o governo, mas, se verberrassem a 'derrama', conseguiriam facilmente a revolta geral.
Vamos ao que interessa
O Professor José Hermógenes do Colégio Militar não poupa adjetivos e comentários sobre seus personagens.

Ao contar a história de Vasco da Gama, o autor explica que dos 168 tripulantes apenas 55 regressaram a Portugal porque muitos foram varados por lanças selvagens ou punhais de pérfidos mouros.

Pérfidos mouros?!
Estilo
O autor trata os portugueses como heróis, os índios como selvagens. Para se ter uma idéia da figura, olha o que ele escreveu na introdução:

A linguagem não é a de um livrinho comum. Nem pobre nem demasiado complicada. Se fosse complicada, você se perderia na leitura; se fosse vulgar, que lucraria você com isso? Será um livro mais agradável só pelo fato de ser escrito em estilo enfadonho, repetido, de ritmo arrastado e sem vida? Não creio que você encontre prazer na vulgaridade.
História Oficial
Vasculhando os livros do meu pai, encontrei uma obra, no mínimo, curiosa. Sempre ouvi falar que a história oficial ensinada no Brasil era carregada de preconceitos e meias verdades. Isso nunca esteve tão claro para mim quanto no livro "Iniciação à nossa história". Pelo que entendi, foi escrito para jovens do ginásio, na década de 50.

O autor é o Professor José Hermógenes do Colégio Militar (está assim na capa, com o complemento). A apresentação é de Cid Silveira Pacheco, Ten. Cel. Prof. (imagino que isso signifique Tenente Coronel Professor).

fevereiro 18, 2003

Dúvida cruel
Ainda não decidi de gosto de brincar de blog...
Notável
Acho que consegui completar a incrível façanha de colocar um link para comentários neste blog!!
Pode me dar parabéns! :)

fevereiro 17, 2003

Úteis e belas
Adoro as expressões "de modo que" ou "de maneira que". Não costumo usá-las, por falta de hábito. Para falar a verdade só prestei mais atenção nelas há algumas semanas. Assistindo a uma entrevista na TV (nem lembro qual), vi alguém que admiro usar uma das expressões. De repente, percebi o quanto elas são úteis e belas.

Se você observar, vai perceber que são expressões geralmente usadas por pessoas mais velhas, por intelectuais das antigas. Observei e gostei, de modo que decidi usá-las com mais freqüência. :)
É uma merda, mas é muito bom
O Rio de Janeiro está um caos! Ando por Copacabana e não consigo deixar de esbarrar nas pessoas, nos camelôs, um negócio!
O lixo está em toda parte. Os prédios estão cinzas e pichados.

Quando vou à praia, às vezes dou sorte e o mar está limpo, mas a areia nunca está. As pessoas cismam em deixar espalhados garrafas, canudos, cocos, plasticos e o que mais puderem.

Outro dia li que a avenida Copacabana tem dez vezes mais ônibus do que a Quinta Avenida.

Imagina o barulho, imagina os engarrafamentos, imagina o caos.
Imaginou?

Agora, imagina que eu gosto de tudo isso!

fevereiro 16, 2003

Relatividade
Estou na casa dos meus pais. Fica no Recreio dos Bandeirantes de Niterói: Itaipu. O lugar é lindo. Muito verde, ar puro, afastado de tudo. A casa é grande, tem piscina, rede para descansar e jardim com plantas diversas.

É ótimo para passar o dia!

Mas experimenta ficar uma semana aqui...

Já dizia Tom Jobim: “É muito bom, mas é uma merda!”
Perdida
No documentário Wild Man Blues, Woody Allen diz que, quando está na Europa, gostaria de estar nos Estados Unidos, e, quando nos EUA, sonha com a Europa. Ou seja, ele nunca está satisfeito. Hoje, estou um pouco Woody Allen.

Nunca me sinto em casa. Se estou no Rio, penso que poderia estar em Itaipu com a minha família. Mas quando estou na casinha em Niterói sinto uma falta danada da minha cidade caótica e maravilhosa.