dezembro 04, 2005

Sei lá... a vida tem sempre razão
(Toquinho/Vinícius)

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.

novembro 21, 2005

Para quem gosta de Vinícius

Eu, que sempre amei Vinícius de Moraes, tenho hoje um estilo de vida oposto àquele que ele gostava e - por meio de sua obra - pregava.

Vai, vai, vai viver, dizia o poeta em Canto de Ossanha.

Ou ainda, em Samba da Benção:
Feito essa gente que anda por aí brincando com a vida
Cuidado companheiro! A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só.
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado em baixo: Deus.
E com firma reconhecida

Ele mergulhou em nove casamentos, mergulhou na poesia e na música e, depois, na reinvenção de sua poesia e música. Sem medo.

Ultimamente, minha vida tem sido muito trabalho. E para quê? para quando vai ficar a vida? para quando vão ficar os riscos?

São Paulo tem me feito mal. Estou cada vez mais me metamorfoseando em paulista. Já uso salto alto. Trabalho enlouquecida e estressantemente. Daqui a pouco serão os terninhos e a chapinha.

Não é nada disso que quero para mim. Conseguirei escapar da armadilha do hábito, do certo e do conforto? Saberei escolher o momento certo?

Depois de ver o documentário - excelente - Vinícius de Moraes essas dúvidas ficaram mais fortes em mim.

Aliás, recomendo o filme. Depoimentos maravilhosos de Chico, Edu Lobo, da filha de Vinícius. Imagens antológicas, como a de Vinícius e Tom completamente bêbados. Músicas lindas. Poemas maravilhosos muito bem declamados.

Mas, uma certeza: com mais de duas horas, é só para quem gosta de Vinícius.

novembro 09, 2005

Programação

Divulgação de Resultados - amanhã e depois

Apresentações - De segunda a quinta da semana que vem

Rio e vida - Sexta!!!

outubro 13, 2005

Top 3

Li uma seqüência de livros MUITO bons neste último mês.

Recomendo os três para quem quiser garantir momentos de deleite literário.

Em ordem de leitura:

Memórias de Minhas Putas Tristes - Gabriel Garcia Marquez
Budapeste - Chico Buarque
O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

O próximo já está na minha mesinha de cabeceira: Encontro Marcado, Fernando Sabino

setembro 18, 2005

Sol
Chega deste frio cinzento de São Paulo. Quero sol!!!!

setembro 08, 2005

Baladinhas (ou A noite alternativa em São Paulo)

Sim. Existe vida noturna fora das Vilas Olímplia (arghhh!!) e Madalena, em São Paulo. Após um ano e meio de Sampa, finalmente conheci dois lugares muito bacanas para dançar e conhecer gente interessante.

O primeiro é o Saraievo, que fica na Auguta. É uma mistura de Bukowski (antigo) com Loud (antiga). Duas pistas, um ambiente com uns sofazinhos e, antes da meia-noite, umas mesinhas de plástico do lado de fora. E, o melhor, tem cerveja de garrafa com copinho americano!

O outro lugar é mais famosinho: a trash 80's (do centro, claro!). GLS, uma galera divertida e umas músicas muito, muito, muito trash! Versões de músicas americanas (como uma virgem, tocada pela primeira vez), música sertaneja, música brega, músicas da infância (Trem da Alegria, Xuxa, Mara, Balão Mágico...): tudo dos anos 80! É para ir de mente aberta, para rir bastante.

Por enquanto, esses são dos lugares que fui. Me diverti horrores!!! Conheci gente legal... Agora, é catar novos lugares, de preferência bem distantes das vilas.

setembro 06, 2005

Top 5

Depois de uma acirrada discussão, as 5 melhores músicas dei-a-volta-por-cima-depois-do-fim-de-um-relacionamento:

Vou Festejar - Jorge Aragão
Olhos nos Olhos - Chico Buarque
I will Survive - Gloria Gaynor
Meu Guarda-Chuva - Jorge Ben Jor
Volta por Cima - Noite Ilustrada

julho 30, 2005

De volta...*

Após alguns meses, deu vontade de escrever aqui novamente. Muitas mudanças, a começar pelo apartamento.

Estou morando em plena Avenida Paulista, a mais conhecida e, sem dúvida, a melhor avenida de São Paulo.

A Paulista é a cara do que há de melhor na cidade. É planejada, grande, prédios imponentes. Há muito espaço para lazer, cultura, passeios, sacanagens.

A avenida e as ruas próximas são repletas de botecos. Mas há também ótimos restaurantes: dos mais chiques aos mais chulés. Nesse sentido, me lembra muito Copacabana, talvez por isso tenha escolhido morar lá.

São 17 cinemas ao todo, desde os "cult", nas recém inauguradas salas do prédio da Gazeta, no Bristol e no Top Center, até o cinemão do Center 3.

Há livrarias, museus, centros culturais, teatros. Sem falar de programas menos cabeça, como passear no Trianon (por que não?) e pela feirinha de antiguidades do Masp aos domingos.

Com certeza, não mencionei nem metade das coisas que têm na Paulista.E preferi não falar de seus problemas. Não hoje, estou de muito bom humor para isso.

Ficam para a próxima também as mudanças da minha vida. A Paulista é mais interessante.


*Por quanto tempo?

março 08, 2005

Estacao das Chuvas

Em meio a chuva que caia sobre Jerusalem, neste dia oito, ouviam-se Tom e Elis festejando as Aguas do Marco, no cafe Hilel.
Mulheres pela paz

Uma noite fria e agradavel em Jerusalem. Dia internacional das mulheres. Meu quinto dia na cidade, meu primeiro passeio sozinha. Decidi ir a Cinemateca, um dos pontos da cidade frequentado pelos que, no Brasil, seriam chamados de alternativos. Nao poderia ter feito escolha melhor.

Fui pega totalmente de surpresa por uma programacao voltada para o Dia. Assisti a um excelente documentario sobre mulheres que trabalham pela paz em quatro paises: Afeganistao, Burundi, Bosnia e Argentina. Mulheres que superam dificuldades para fazer o que consideram certo.

O nome do filme: Peace by Peace (mais informacoes no site http://peacexpeace.org). A diretora estava presente. Alem dela, seis mulheres que, de alguma forma, trabalham pela paz entre israelenses e palestinos formaram uma mesa de debates.

Foi interessante ouvir estas mulheres, na maioria de grupos de esquerda, em Israel. Duas delas eram palestinas. Tive a sensacao de que eh possivel fugir dos extremismos, nesta regiao de extremismos, e conviver bem com a diversidade que caracteriza o pais. Aquelas mulheres estavam ali com um objetivo comum, independentemente de suas origens, a paz.

Foi uma noite agradavel, apesar da chuva fria que peguei na saida.

(Foto pessima da palestra: http://nirab.fotos.uol.com.br/jerusalem1/photo.html?currentPage=9)

fevereiro 12, 2005

Rumos

Até que ponto podemos escolher nossos caminhos? Quanto do que somos e temos é uma escolha nossa?

Eu sempre fui do tipo "deixa a vida me levar". Não fazia muitos planos e ia escolhendo as opções que a vida me proporcionava. Dificilmente, eu fazia estas "opções". Elas simplesmente apareciam. As escolhas nunca foram muito difíceis ou totalmente decisivas.

Vestibular? Tudo bem... Se não gostasse da faculdade, podia mudar. Como fiz.

Este ou aquele emprego? Escolhia um. se não desse certo, meu pai me dava uma força. Como deu.

Ir ou não para São Paulo? Uma mudança não faria nada mal. Se fizesse, a casa dos meus pais estaria a minha espera. Como está.

Embora não tenha precisado - estou em Sampa e, por enquanto, não penso em voltar - tenho um porto seguro.

Mas, e quando a escolha é definitiva? E quando não tem volta? O que fazer?

janeiro 29, 2005

Compras

Blusas, saias, sapatos, calças aos montes. Muito mais do que você pode imaginar caber no bolso de mulheres de classe média. Mas são poucas as que resistem a um shopping inteiro em liquidação.

Imagina aquele vestido que custava os olhos da cara até o mês passado e agora custa SÓ ISSO! Agora imagina vários sapatos, calças, saias, blusas na mesma situação. Não há como sair de sacolas vazias.

Confesso que até ontem não entendia muito bem isso. Nunca fui muito de fazer compras. Mas uma certa extravagância a que me permiti hoje fez com que compreendesse melhor as consumidoras compulsivas. O efeito das compras é quase embriagador. Dá até uma sensação de poder difícil de explicar.

É como se uma criança entrasse na Circus (uma imensa loja de brinquedos no Rio) e pudesse pegar todos os brinquedos que quisesse. Qual nunca sonhou com isso? Na fase adulta, um cartão de crédito e alguns malabarismos financeiros permitem realizar o sonho infantil.

Foi bom - e nem cheguei ao patamar de alguma amigas. Mas não pretendo repetir muitas vezes. Pode viciar. E os efeitos colaterais não são dos mais agradáveis, incluindo uma certa culpa (olha ela aí de novo).

janeiro 07, 2005

Dez anos depois...

Há quase dez anos não piso em Israel. Agora, em dois meses, estarei lá novamente. Na terra da minha mãe, dos meus avós. Não sei como vai ser. Acho que terei um novo olhar sobre o país. Mais político, talvez um pouco mais consciente e, certamente, mais observador das pessoas e da cultura. Sei que ainda é cedo, mas já estou curiosa e cheia de expectativas.