junho 28, 2006

Tempos pós-modernos

Todos fugindo da solidão. Todos fugindo da convivência. Buscando o encontro, para depois procurar o desencontro. Viver e Morrer. Ir e Ficar. Ser e Ter. Amar e intransigir.

Há tempos.
Sabino

De tudo ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.

junho 25, 2006

Vida louca vida

A vida é uma só. Feito essa gente que anda brincando com a vida. A vida é feita de altos e baixos. A vida é um hospital onde quase tudo falta. A vida é assim mesmo. A gente tem que curtir a vida. A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Deixa a vida me levar. Vida, minha vida, olha o que é que eu fiz. A vida só se dá para quem se deu.

Sei-lá. A vida tem sempre razão.

junho 23, 2006

Infância

Lembro pouco da minha infância. Eu era muito tímida. Falava pouco. Não era triste. Gostava de brincar. Com meus amiguinhos, mas, se eles não estivessem por perto, brincava sozinha. Tinha cabelos curtos e às vezes me confundiam com menino. Tinha covinhas engraçadas. Gostava de cantar. Gostava de ouvir conversa de adultos, embora nem sempre entendesse suas piadas.

Lendo O Encontro Marcado fiquei com vontade de lembrar.

junho 17, 2006

Gente
Caetano Veloso

Gente olha pro céu
Gente quer saber o um
Gente é o lugar de se perguntar o um
Das estrelas se perguntarem se tantas são
Cada estrela se espanta à própria explosão
Gente é muito bom
Gente deve ser o bom
Tem de se cuidar, de se respeitar o bom
Está certo dizer que estrelas estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu pra amar
Marina, Bethânia, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana, Dedé
Gente viva brilhando, estrelas na noite
Gente quer comer
Gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força, não
Essa força que mora em seu coração
Gente lavando roupa, amassando pão
Gente pobre arrancando a vida com a mão
No coração da mata, gente quer prosseguir
Quer durar, quer crescer, gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano, Moreno, Francisco, Gilberto, João
Gente é brilhar, não pra morrer de fome
Gente deste planeta do céu de anil
Gente, não entendo, gente, nada nos viu
Gente, espelho de estrelas, reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas, só mesmo amor
Maurício, Lucila, Gildásio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé
Gente, espelho da vida, doce mistério
Doc

Adoro documentários. Assisti-los. Produzi-los. Quero voltar.
Tolerância

A parada gay, em São Paulo, é um símbolo de tolerância. Ainda que seja superficial, ainda que seja só por um dia, ainda que seja só tolerência e não aceitação.

O Brasil, ou grande parte dele, ainda acredita na ilusão de que aqui não existe preconceito. Totalmente falso. O brasileiro pode até não ser, em sua maioria, violento fisicamente ao expressar seu preconceito. Mas verbalmente certamente o é. E também nas atitudes sem palavras. No dia-a-dia.

Contra gays, contra judeus, contra negros, contra japoneses e descendentes (este eu descobri em São Paulo). É de leve, é quase envergonhado. Mas, não dê espaço, se não quiser ouvir alguns absurdos.