Paz e passividade
Não reconheço a imagem dos judeus e de Israel que vejo na televisão, nos jornais, nas revistas. Sou judia, filha de israelense. Fui educada num ambiente essencialmente humanista, tolerante e de respeito ao próximo.
Fui ensinada a ouvir a opinião dos outros. E também a, quando discordar, discutir com respeito. Me ensinaram que "quem salva uma vida, salva o mundo". Que não há nada maior do que uma vida. Estes são os ideais judaicos que eu conheço e com os quais sempre convivi.
Conheci bem quase todos os meus avós e sei que essa tradição vem deles. Admiro a todos, principalmente considerando-se a história deles.
A família do meu avô paterno - pai, mãe, três irmãs e um irmão - foi assassinada durante a segunda guerra mundial na Polônia. Todos eram civis e extremamente religiosos. Minha família nunca pregou o ódio aos alemães ou aos poloneses. Nunca sequer citou algo como o fim de um dos países ou de uma das culturas.
A história dos meus avós maternos é semelhante. O pai da minha mãe nasceu na Alemanha. Todos os familiares mais próximos foram assassinados. Só ele sobreviveu.
Meus avós eram - e minhas avós são - pessoas afáveis, simpáticas, que sempre almejaram aproveitar a vida e curtir a família. Sempre pregaram o respeito ao próximo. Nunca falaram em ódio, repito, mesmo tendo passado por algumas das situações mais terríveis que um ser humano pode passar.
Mas uma coisa os judeus aprenderam com a Segunda Guerra: passividade não é sinônimo de paz.
Até que ponto, em nome de uma suposta paz, se pode tolerar agressões? Israel se retirou completamente de Gaza há cerca de 3 anos.
E, embora muitos preconceituosos não acreditem, Israel gostaria de que Gaza se desenvolvesse em paz, que seus habitantes tivessem acesso a saúde de qualidade, educação, lazer, cultura. Isso significaria a paz, que é o que deseja a maior parte da população israelense.
Quem não quer isso é boa parte dos dirigentes árabes. Basta ver como vivem suas populações. São eles que usam a população empobrecida e, muitas vezes, ignorante como massa de manobra. São eles que usam os palestinos como objeto de propaganda e manipulam as massas contra o inimigo comum (essa é velha: basta ler 1984!).
Defendo Israel porque fui criada dentro dos ideais do Estado judeu. E sei que eles nada têm a ver com o que muitas vezes se divulga na mídia. Israel sonha sim com a paz, a convivência pacífica e tolerante entre os povos e com o desenvolvimento humano e social de todos.
Repito: passividade não é simônimo de paz. Infelizmente.
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Um comentário:
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