Para quem gosta de Vinícius
Eu, que sempre amei Vinícius de Moraes, tenho hoje um estilo de vida oposto àquele que ele gostava e - por meio de sua obra - pregava.
Vai, vai, vai viver, dizia o poeta em Canto de Ossanha.
Ou ainda, em Samba da Benção:
Feito essa gente que anda por aí brincando com a vida
Cuidado companheiro! A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só.
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado em baixo: Deus.
E com firma reconhecida
Ele mergulhou em nove casamentos, mergulhou na poesia e na música e, depois, na reinvenção de sua poesia e música. Sem medo.
Ultimamente, minha vida tem sido muito trabalho. E para quê? para quando vai ficar a vida? para quando vão ficar os riscos?
São Paulo tem me feito mal. Estou cada vez mais me metamorfoseando em paulista. Já uso salto alto. Trabalho enlouquecida e estressantemente. Daqui a pouco serão os terninhos e a chapinha.
Não é nada disso que quero para mim. Conseguirei escapar da armadilha do hábito, do certo e do conforto? Saberei escolher o momento certo?
Depois de ver o documentário - excelente - Vinícius de Moraes essas dúvidas ficaram mais fortes em mim.
Aliás, recomendo o filme. Depoimentos maravilhosos de Chico, Edu Lobo, da filha de Vinícius. Imagens antológicas, como a de Vinícius e Tom completamente bêbados. Músicas lindas. Poemas maravilhosos muito bem declamados.
Mas, uma certeza: com mais de duas horas, é só para quem gosta de Vinícius.
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