julho 12, 2004

Paz
Estou lendo "O Novo Oriente Médio", livro que Shimon Peres escreveu em 1993, auge das negociações pela paz na região.

Hoje em dia, é impressionante ver o otimismo que ele tinha naquela época. Peres chegava a falar em um grupo semelhante à Comunidade Européia no Oriente Médio.

Israel mantinha então conversações avançadas com palestinos, sírios e jordanianos. Só foi firmado um acordo com os últimos, no fim das contas.

O livro, porém, é interessantíssimo. Peres prega que apenas a paz é capaz de levar segurança à região.

Os gastos militares no Oriente Médio são enormes. Por outro lado, os percentuais dos orçamentos destinados a educação e saúde são muito menores. Há países em que 80% da população é analfabeta.

A pobreza e a desesperança são caldos de cultura para o fanatismo. "Não há solução militar para ele", diz Peres.

Para o ex-ministro, somente desenvolvimento econômico e social é capaz de minimizar o fanatismo. E isso só ocorrerá em um ambiente pacífico, que permita trocas entre as nações do Oriente Médio e traga segurança para investidores externos.

O fanatismo é o maior perigo para a humanidade, alertava Peres há mais de 10 anos.

Imagine armas nucleares nas mãos de fanáticos religiosos, dispostos a tudo para conseguir suas 70 virgens no paraíso?

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